A saída de Marcelo Del Greco da editora JBC e as mudanças no mercado brasileiro de mangas

Transição da gerência de conteúdo marca nova fase da Editora JBC (via press release).

Com essas palavras na última sexta-feira (25/05) todos os fãs de mangas foram surpreendidos pela notícia da saída do gerente de conteúdo da Editora JBC, Marcelo Del Greco. Sua saída, de acordo com o informe, marca uma nova fase para a auto-intitulada “maior editora de mangás do Brasil”, sendo capitaneada agora por Cassius Medauar.

Fazendo um rápido apanhado histórico, precisamos lembrar que Medauar não é alguém caindo de para-quedas em um dos postos mais importantes da editora, mas sim aquele que há quase 12 anos foi responsável por introduzir o formato dos mangas que conhecemos hoje no Brasil, ainda pela editora Conrad, ao lançar Dragon Ball em Novembro de 2000. De forma semelhante, Marcelo Del Greco foi um dos grandes responsáveis pela segunda editora no mercado a adotar o formato que conhecemos hoje (ainda de ambas usarem o formato meio-tanko, algo que veio evoluindo e sumindo de nosso mercado), trazendo Samurai X e Sakura Card Captors em Maio do ano seguinte.

A saída de Del Greco da editora JBC por si só já seria um marco na história do mercado nacional de mangas, mas soma-se a isso a entrada de Cassius Medauar no seu lugar e temos um momento bastante interessante para se analisar.

Hoje muitos questionam até onde ia a influência de Marcelo Del Greco na péssima qualidade que os mangas da editora apresentam (o que culminou em muitas pessoas desistindo de compra-los totalmente, me incluindo nessa conta). Análises feitas através do discurso do ex-gerente de conteúdo já mostravam que, sim, muito do que gostaríamos de ver diferente partiam ou pelo menos eram fortemente compactuados por Del Greco. Isso você pode ler com mais detalhes no artigo do Gyabbo! “Análise do discurso de Marcelo Del Greco e o futuro obscuro do mercado de mangas no Brasil“. Mas a verdade é que se olharmos para trás com atenção, podemos perceber que desde muito tempo essa já era uma fala pronta dele.

Pegando um texto produzido pelo próprio Del Greco para o site Universo HQ após o término do lançamento da Samurai X em Novembro de 2003, vemos claramente uma visão distorcida do que poderia e deveria ser manga no Brasil:

Samurai X foi um dos primeiros títulos lançados no Brasil exatamente como os mangás são publicados no Japão. (…) Lembro bem do desenvolvimento de Samurai X antes de seu lançamento. (…) Era necessário lançá-lo dentro da qualidade que a obra exigia, para que ela vingasse. (…) Assim, várias pesquisas foram feitas para se escolher o papel que mais se aproximava ao dos mangás originais. Gráficas foram consultadas para nos se certificarmos da qualidade da impressão.

Aqui podemos entender duas coisas, ou Marcelo não tinha a mínima ideia do que estava falando, pois dizer que um meio-tanko, com papel jornal de péssima qualidade, impressão que sujava os dedos e edições de imagens cheias dos famosos “quadrados brancos” era perto da qualidade que uma obra como Rurouni Kenshin pede só poderia ser resultado de ignorância ou má fé.

Sabendo que Del Greco até aquele ponto de 2001 já tinha certa referência nos assuntos de entretenimento pop japonês, tendo trabalhado na famosa revista Héroi e com outros assuntos do meio, é difícil imaginar que ele realmente acreditava nas palavras que estava afirmando nesse texto. Chega a soar como brincadeira ouvir que várias gráficas foram consultadas para se certificar da qualidade da impressão quando sabemos que a qualidade não era boa e hoje vive em escorregões.

Então sim, dá para dizer que a notícia da saída dele da JBC me deixou bastante animado, principalmente ao ver junto disso a afirmação de que entraremos em uma “nova fase”. Devemos agradecer Del Greco pelo mercado de mangas que temos hoje? Não. Citando as palavras de Alexandre Nagado em seu texto sobre o mesmo assunto, “conseguir um título de grande sucesso no exterior é mais mérito de quem negocia material do que do editor” e, sim, até é possível que em anos mais recentes essa parte tenha tido dedo de Marcelo, mas em 2001, quando tudo começou na JBC, duvido que a participação dele nesse processo tenha sido maior do que uma indicação.

Além disso, não me convence o argumento de que devemos agradecer alguém ou alguma empresa por trazer produto tal. Se ela me desse de graça eu até agradeceria, mas sendo consumidor, meu dinheiro é agradecimento suficiente. O nome dele ficará na história do nosso mercado, como eu já disse, para o bem ou para o mau.

A verdade é que a editora JBC mostrou durante seus 10 anos uma escalada pautada por diversos problemas, incluindo fases verdadeiramente obscuras – como do lançamento da Fruits Basket com suas páginas caindo, faltando, trocadas, invertidas, tudo que se podia imaginar (Para saber mais sobre os grandes erros do mercado brasileiro de mangas, clique aqui e aqui). E apesar desses problemas, vimos a ascensão de Marcelo Del Greco na editora, indo de editor para editor-chefe e depois para gerente de conteúdo, mesmo com péssimas escolhas como as gírias regionais e linguagem coloquial excessiva em vários títulos (como esquecer as zebras de Fairy Tail?) e a escolha (e manutenção) de Guilherme Briggs como tradutor de materiais vindos em inglês e não do original japonês, ignorando solenemente diversas mensagens de leitores que queriam mudanças.

Para bom entendedor, meia palavra basta.

É certo afirmar que não se pode jogar todos os problemas da JBC nas costas de Marcelo Del Greco, como bem apontaram o Dih do Chuva de Nanquim, a Sandra Monte do Papo de Budega, e o já citado Nagado do Sushi POP, mas muitos dos problemas da JBC foram sim resultados da gerência e peso de Marcelo Del Greco na editora. Há de se lembrar as ridículas (e diversas) vezes em que vimos títulos novos serem “anunciados” como surpresa em fotos no Facebook pessoal do gerente. Durante muito tempo o site da JBC foi praticamente inútil para esse tipo de função, o que tornava toda a situação mais complicada ainda. Apesar das recentes mudanças e melhoras pelo departamento de comunicação digital, o problema persistia, manchando mais e mais o nome da empresa no mercado, algo que alguém na posição de Del Greco deveria evitar, mas que na verdade buscava para si, aceitando todos no seu perfil da rede social. Como uma empresa pode ter como planejamento de marketing saciar o ego de uma pessoa?! Apenas no tacanho mercado brasileiro de mangas poderíamos ver algo assim.

É por esses (e diversos outros) motivos que a saída de Marcelo Del Greco me parece sim ser motivo para comemoração, ainda que eu não acredito que isso vá influenciar em muita coisa a médio-curto prazo. A sua saída e a promessa da editora de uma “nova fase” não cancelam os contratos vigentes com gráficas, distribuidores, licenciadores ou causa um impacto grande nos departamentos que formam a editora. No entanto, a entrada de Cassius Medauar, responsável por trazer Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco no final de 2000, bancando o sentido original – algo criticado na época, mas que acabou dando certo (apesar de que hoje podemos discutir o quanto isso fechou o mercado de mangas no Brasil para um nicho, mas isso fica para outro post) – é um sinal claro de que as insistentes reclamações por emails, tweets, posts, comentários nas mais diversas redes sociais deram certos. Até que ponto elas influenciaram nessa mudança é difícil dizer, mas talvez possamos nos orgulhar do #VergonhaJBC que atingiu os Trending Topics brasileiros.

Mas afinal, o que podemos esperar da entrada de Cassius Medauar? Formado em Jornalismo pela Cásper Líbero de São Paulo, está no mercado editorial há mais de dez anos, tendo trabalhado como editor na Conrad, Pixel e Ediouro, além de também ter passado pela editora Abril. Fanático por quadrinhos, cultura pop em geral e esportes, passou a trabalhar apenas como tradutor e jornalista freelancer há dois anos, tendo traduzido Beber, Jogar e F@#er, O vendedor de armas, Dexter: no escuro, Um otimista incorrigível (biografia de Michael Fox), Cicatrizes (HQ), Koko Be Good, entre outros (citação retirada do perfil de Cassius no site PublishNews, onde é colunista).

Experiência não falta, apesar do seu trabalho com mangas se limitar aos quase três anos que esteve no comanda da “Redação Mangá” pela Conrad, tendo sido responsável pelo maior sucesso de vendas de um manga no Brasil com a tiragem de mais de 100.000 exemplares de Dragon Ball Z #1. Porém, mais do que experiência, espera-se que Cassius consiga trazer para a JBC uma aproximação mais amistosa com os leitores, mais franca e honesta. Além de conseguir apontar e procurar corrigir os erros que a assolam nos dias de hoje. Como disse o Dih do Chuva de Nanquim, esperamos que essa “nova fase” da JBC com Medauar representem uma mudança real até que as reclamações (justas e óbvias para quem acompanha os lançamentos do mercado) parem. Não por autoritarismo ou falta de um canal de comunicação, mas sim por mérito da editora e de seu gerente de conteúdo.

Entretanto, isso só vai acontecer se a editora estiver realmente disposta a mudar, desde uma mudança radical do seu marketing, passando por contratos mais criteriosos com gráficas de qualidade (principalmente sobre o uso de papel de marcas certas para manter a qualidade, não simplesmente sua gramatura), canais de comunicações mais abertos e um editor-chefe/gerente de conteúdo que cumpra com seu papel de dar a última palavra nas revisões, buscando a qualidade para todos e conseguindo ser parte do elo do leitor com a editora. Vejo o encontro marcado para apresentar o novo gerente e os novos caminhos que a editora pretende tomar na FNAC da Avenida Paulista, às 19h do dia 12 de Junho como uma amostra de que realmente podemos ter mudanças (e incentivo meus leitores a comparecerem e cobrarem essas mudanças diretamente deles).

Cassius Medauar chega com uma grande responsabilidade, mas com a capacidade de aguentar o tranco. Meu maior medo é que ele tente fazer mangas como se fazia no início da década passada, o que foi o grande erro de Del Greco, não perceber as mudanças e os anseios que os leitores tinham e não estavam sendo cumpridos. Lançar manga em 2012 não é e não pode ser visto como a mesma coisa que era em 2000.

Apesar de hoje eu ter desistido de comprar títulos da JBC por causa da palhaçada que ela vinha fazendo com seus leitores (e consumidores acima de tudo), essa mudança me dá esperança de um dia voltar a ficar feliz com um título anunciado por ela. Sendo assim, apesar de já ter feito por Twitter, gostaria de deixar aqui registrado meus desejos de sucesso para Cassius e, assim como falei para o Del Greco, dizer que o Gyabbo! é um canal aberto para a JBC se esta visar o melhor para os seus leitores e o mercado de mangas no Brasil.

Já terminando, praticamente como um P.S., gostaria de adaptar uma coluna do próprio Cassius no site PublishNews intitulada “Sete dicas para o editor adorar você” e deixar aqui sete dicas para o fandom de mangas adorar você, Cassius:

1 – Entregue o manga sempre no prazo. Uma vez ou outra pode falhar, mas então avise que vai atrasar e explique seus motivos, sem desculpas esfarrapadas. Lembre-se do seu tempo de Conrad quando deixava várias edições adiantadas para os japoneses não atrasarem os lançamentos por estarem aprovando capas. Se adiante e mantenha tudo certo com o checklist da editora.

2 – Faça sempre o melhor trabalho possível (pesquisando e dando sugestões e alternativas). Mas não deixe seu cargo subir a cabeça. O importante é o manga, não a sua fama. As adaptações devem deixar o texto fluir para o Brasil inteiro, não apenas para algumas regiões.

3 – Tente conhecer o (a) s leitores (a) “pessoalmente”, saiba como ele (a) gosta que as coisas sejam feitas, conheça os sites/blogs que falam do assunto, crie parcerias. Conheça o público leitor e consumidor de mangas de 2012.

4 – Seja honesto e paciente.

5 – Não demore para responder os e-mails que recebe (com a tecnologia atual, espera-se agilidade das pessoas). Apesar de não fazer exatamente parte das suas incubências, exija que a JBC atualize sempre seus sites, que as informações oficiais saiam pelos canais de informações oficiais com todos os dados possíveis. Também peça que a JBC tenha um “Atendimento ao consumidor” mais ativo, respondendo aos emails dos leitores ao invés de ignorá-los como faz hoje. Da mesma forma nas redes sociais.

6 – Não suma (a pior coisa que pode acontecer é um manga sumir das bancas sem nenhuma explicação ou não ter ninguém para dar satisfação aos leitores).

7 – Mande um presentinho para seus leitores. Pode ser um pôster junto do manga, páginas coloridas, sorteios oficiais ou em parcerias com sites/blogs.

17 respostas em “A saída de Marcelo Del Greco da editora JBC e as mudanças no mercado brasileiro de mangas

  1. Pingback: Diário do Netotin #9 – Netotin em mangás ou com mangás? « Netotin do NETOIN!

  2. Perguntei isso no Formspring… então, como você se sente Quiabbo? Acha que você teve algum papel em tudo isso, mesmo indiretamente deixou sua marca na história do nosso mercado graças a suas posições bem colocadas por aqui?
    Ao mesmo tempo que temo a Queda do MDC, temos também a ascensão de figuras populares, como você principalmente, Dih e Kitsune.
    Isso também sinaliza novos tempos para o nosso mercado?

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    • Sendo bem sincero, até a sua pergunta isso era algo que não tinha passado pela minha cabeça em momento algum. Primeiro porque não sabemos em que circunstâncias o MDG caiu da JBC. Até acredito que as seguidas burrices e seu comportamento anti-profissional, que só manchavam mais o nome da empresa, foram os reais motivos de sua saída, mas é impossível afirmar.

      É possível que eu tenha tido alguma participação nisso, seja por ter sido o primeiro blogueiro a me manifestar publicamente e me negar a noticiar qualquer lançamento de mangas vindo do Facebook dele. Também pelo meu texto analisando nos pormenores o discurso dele naquela entrevista ao HQCia – uma lástima aquelas palavras – que mostrou para muita gente que, sim, MDG era um dos entraves do nosso mercado e dificilmente ele iria evoluir com esse gerente de conteúdo à frente de tão importante editora no nosso mercado.

      Foram posts, análises de mangas, comentários e cobranças no Facebook, palavras mais duras no Twitter, emails de reclamação à postura do MDG para o representante das comunicações digitais da editora, muitas coisas. Posso dizer que fiz “minha parte”, mas não consigo dizer ou mesmo admitir (talvez por falsa humildade – apesar de achar que está mais para realismo) que isso tenha tido mais do que 1% de influência na saída dele. Não sinto nada de importante sobre minha pessoa neste momento. Se eu tiver tido alguma importância nesse processo será algo que ninguém destacará no futuro.

      Não me vejo nessa possível ascenção, até por morar fora do centro comercial e de influência dos mangas, isso atrapalha demais. Não sei também quais são os planos do Kitsune, mas não duvidaria disse se ele quisesse. Mas sei que o Dih tem esse desejo e acredito que em poucos anos veremos ele começar a mexer suas peças nesse mercado, é esperar para ver. E conhecendo o trabalho deles, vejo isso como algo positivo, apesar de ainda achar que eles precisariam de estudos e treinamentos profissionais para ter um trabalho de excelência como queremos (e acredito que eles mesmos iriam querer) que apresentem.

      Essa questão de novos tempos é complicada, não dá para ficar tirando previsões, acho que só poderemos sentir mudanças reais dentro de uns 6 meses ~ 1 ano dessa mudança.

      Gyabbo!

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      • Apesar de eu pensar assim, eu não falei tão a séria e agora fico pensando que eu deveria ter formulado melhor a pergunta.

        Quaisquer que tenham sito os motivos, todos eles, para a saída do Marcelo da posição dele, acho que é um consenso que não tem como negar que seu próprio desempenho contou para isso, e por ter se tornado parte da imagem pública da editora, sua imagem atual estava muito em baixa e todos vimos aos poucos a situação dele ficar insustentável. Uma hora ele teria que sair não importa o motivo.

        O que eu estava pensando, sobre essa pergunta de você e outros terem sido parte dos motivos para a saída dele foi por estar olhando para tudo isso com o olhar de consumidor.
        Quando se fala nas “burradas” que ele vinha fazendo, não estamos falando apenas dos seus atos, falamos também da repercussão que eles geravam, que era justamente os comentários e posições dos consumidores e figuras públicas do nosso fandom. Por mais torto que seja o discurso dele em um programa, só conta contra ele a partir do momento que alguém para para apontar os erros. Vocês foi a pessoa nesse caso.
        Esse foi o pior momento dele como profissional, ao ponto de que até o Ketsura estava mitando com ele, naquela ocasião que ele fez uma piada com o Briggs o Marcelo foi no facebook exibir uma retratação do garoto, depois desconversando dizendo que tinha sido brincadeira.

        Aqui vale mencionar uma contribuição inegável do Marcelo: humanizar as editoras.
        Por mais que seja questionável a forma como ele abriu as editoras para voz do consumidor, isso permitiu que a voz do consumidor ganhasse relevância, e então nosso mercado nunca mais seria o mesmo. As parcerias oficias que as editoras tem feito com alguns blogueiros demonstra isso, o consumidor começou a fazer parte do mercado, mesmo que de forma pequena, e agora o consumidor comum tem pontos de referência sólidos. Tanto de autoridades quanto de personalidades, como o pessoal do Video Quest que está ficando bem famoso e assediado em eventos.

        Vejo isso como uma evolução.
        Como você mesmo disso, é uma questão bastante complicada. É difícil definir em qual ponto isso está e até onde pode isso, mas eu como observado estou vendo essas mudanças acontecerem.

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  3. Um cara sair ou não de uma editora de quadrinhos japoneses não significa que isso vai fazer a industria melhorar. A JBC pode oferecer uma grande quantidade de quadrinhos, mas infelizmente como sabemos a qualidade deles deixa a desejar.

    Quadrinhos no Brasil é algo que não me incomodo, afinal tenho a internet para baixar os quadrinhos que quero, sou consumidor de jogos, então isso é algo que me deixa mais interessado mas isso não vem ao caso.

    Mas de certa forma os consumidores de quadrinhos andam ficando mais exigentes com a medida do tempo e com a ajuda da internet ficou mais fácil o consumidor de quadrinhos deixarem sua reclamação e lógico sua opinião e analise sobre o produto fazendo assim o consumidor de quadrinhos ficar mais atento ao que pretende comprar.

    Leitor BR de quadrinhos está mais exigente?

    Numa leitura que recomendo no blog Portallos mostra que essa reclamação por quadrinhos com preços mais em conta e com qualidade é algo bastante exigido. Uma coisa é certa, quadrinho tem mercado no Brasil e se o consumidor deste pequeno nicho não é agradado ele vai abandonar e logicamente editoras vão fechar.

    Se você é consumidor deste produto recomendo você fazer sua parte, reclame da qualidade afinal você esta fazendo um serviço para que aquela editora melhore com o seu produto para que assim você tenha algo em mãos que possa chamar de quadrinho.

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  4. Não sei quais foram os motivos que fizeram ele sair, mas imagino que cada pessoa que parou de comprar os mangás da JBC e mandou e-mails para eles reclamando desta situação contribuiu para isso.

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  5. Fora a censura que Fruits Basket sofreu para eliminar uma piada com uke/seme. Eu realmente não tenho nenhum apreço pela JBC. no início, cometer erros é compreensível, persistir nos erros com orgulho e desprezo pelo consumidor e pelo produto que vende, não é.

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  6. Denys concordo com você na parte em que crítica a editora JBC, todo mundo sabe que ela deixa a desejar em vários quesitos. Mas discordo que grande parte da culpa seja do Del Greco, ele é apenas mais uma peça na engrenagem (uma peça importante, claro) mas se os outros setores não funcionarem também não adianta. E se o problema de marketing equivocado que vemos acontecer direto nesse nicho fosse só da editora JBC estaríamos no paraíso.

    O mercado de mangás no geral é fraco, as editoras não investem…elas ficam com receio, sabem que tem muitos fãs, mas ao mesmo tempo não querem entender esses fãs então fazem o básico ao lançarem esses produtos.

    Continuo com a minha opinião que não temos que forçar eles a melhorarem e sim deixar de comprar o que não é bom.

    Não vou me alongar muito aqui, mas lá no Troca Equivalente deixei minha opinião sobre o assunto.
    http://www.trocaequivalente.com/manga/editora-jbc-troca-seu-gerente-de-conteudo-mas-e-o-kiko/

    att,

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  7. Eu sofri com Fruits Basket… E não vou nem comentar o que a Shoujofan citou sobre as piadinhas yaoi, apenas a vergonha que é comprar um mangá e ele (literalmente) desmanchar na sua mão assim que você abre a primeira página. Foi com muito pesar que completei minha coleção de Furuba, e hoje tenho que tratá-la como um arqueólogo trata uma múmia… se você olha para os mangás com um pouco mais de intensidade ele solta folhas… uma lástima.

    Mas, voltando ao tema do post, eu tenho uma visão mais corporativista desse meio e entendo que a JBC não é o MDG e sim uma EMPRESA que visa lucros acima de tudo.
    Vamos lá gente, pensem um pouco! O cara trampou 10 anos na JBC!!! Meu, são 10 anos, não são 10 meses… e fazendo burrada em cima de burrada… Isso demonstra, no mínimo, que o que o MDG fez foi endoçado pela própria JBC…
    E então, numa bela manhã de sábado, me deparo com a notícia pipocando no meu note: MDG deixa JBC após 10 anos!!!… e logo depois vieram as ‘previsões’ de ascenção do mercado de mangás no Brasil, as promessas de renovação de títulos, a possibilidade de um canal aberto direto com o Cassius, e finalmente a tão esperada PERIODICIDADE nas bancas… eu olhei pr’aquilo e comecei a rir… estou rindo até agora e pensando: Como o ser humano é facilmente manipulado e influenciável!!!
    Meu Deeeeeus! O que é isso!? Parecendo mulher de zona! Um cara chega no cabaré aparentando ter grana e as pervas já se jogam no colo dele! Que isso!
    Deixa ele sentar e mostrar que tá afim de matar a cobra à pau antes de começar a venerar o cara! Mesmo pq no fim, é possível que continuemos lançados aos scans e fansubs.

    Eu não sei quanto a vocês, mas eu me sinto um cachorro vira-lata olhando os donos fazendo churrasco… De vez em quando eles me jogam um ossinho de costela com um pouquinho de gordura, e eu devo me considerar uma cadela de sorte!!! E devo me sentir assim porque há 10 anos atrás o papel era ruim, a tradução era ruim, a impressão era ruim, a edição era ruim. Mas gente, eu estou pagando R$10,90 em Kimi ni Todoke! Há 10 anos eu pagava R$3,90 em Sakura CC. Tsc! Brasil é coisa de louco… paga, paga caro e tem que se considerar pessoa de sorte SE a editora terminar a série e isso falando do mercado, não apenas de JBC.
    Realmente, com consumidores assim, acho dificílimo as coisas mudarem.

    Bom, o artigo foi bom, mas muito esperançoso pra mim = )
    Eu prefiro esperar um pouco mais, a JBC vai precisar de mais que isso pra me reconquistar.

    Bjs!

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  8. Não é surpresa o fato de a JBC ter passado por tantos problemas, tendo um “Editor de Mangás” como aquele.
    Para quem não sabe (ou para quem não se lembra, no caso dos que viveram a era do surgimento das revistas de animes no Brasil nos anos 1990): Marcelo Del Greco era editor da revista Herói, uma das revistas que tratava de animes (entre outras coisas) que havia naquela época.
    Lembro ter lido num exemplar da revista Animax (não confundir com o malfadado canal de animes da Sony) de 1997 ou 1998, sobre um caso de agressão física envolvendo o Marcelo Del Greco, contra o editor da Animax, que era um tal de Sérgio Peixoto Silva (havia até uma cópia do Boletim de Ocorrência numa das páginas da edição da revista, além de um depoimento do editor agredido). Me pergunto se caso essa notícia tivesse sido publicada na mídia japonesa, o que eles pensariam dos fãs brasileiros de animes. Conhecendo o sensacionalismo que existe em certos segmentos da mídia nipônica, não dá para saber quais as consequências.
    Bom, pelo caso citado acima vocês podem ter uma idéia do tipo de pessoa que é o Marcelo del Greco. Não sei como a JBC foi colocar num cargo de tal responsabilidade, uma pessoa com um passado assim.
    Enfim, vamos esperar para ver o que vai acontecer daqui para a frente.
    Para quem quiser saber mais sobre o antigo editor da extinta revista Animax (e sobre a dita revista), eis alguns links:
    http://www.guiadosquadrinhos.com/artistabio.aspx?cod_art=5018
    http://www.facebook.com/peixoto999
    http://nankinn.blogspot.com.br/2012/02/oficina-de-manga-resumo-de-conteudos_03.html

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  9. Se um autor de mangá japonês resolvesse criar uma série sobre otakus brasileiros e os efeitos da cultura pop japonesa no Brasil (com a ajuda de especialistas e fãs brasileiros), o que iria aparecer na obra?
    Seria um panorama do fandom tupiniquim, englobando tudo: fanzineiros, fanfiqueiros, cosplayers, fansubbers, scanlators, sites, portais, blogs e páginas de redes sociais brasileiras de animes e mangás, convenções e eventos relacionados a animes e mangás, etc. Iria também abordar os problemas, as dificuldades, as rivalidades, as inimizades, as desavenças, as polêmicas e as controvérsias relacionados aos animes, mangás e games e os seus fãs.
    Seria uma visão crítica e mordaz das mazelas das emissoras de TV aberta e paga, das distribuidoras de filmes e vídeos e de tudo o que caracteriza o Brasil em relação aos animes.
    Desnudaria o falso moralismo dos donos da mídia local, da hipócrita e farisaica sociedade brasileira (cada vez mais sodomizada pelos BBBs, pagodes, funks, sertanejos, novelas e outras drogas que intoxicam a TV brasileira e por conta disso cada vez mais à beira do abismo), dos políticos oportunistas que enganam os ingênuos com seus discursos moralistas, enquanto roubam mais e mais dinheiro do povo (como esses que aparecem agora envolvidos em escândalos) e que são capazes até de apunhalar pelas costas a democracia brasileira e a Constituição do país, dos pseudopedagogos, pseudoeducadores e ONGs de proteção à infância e suas acusações sem sentido contra os animes, dos fundamentalistas religiosos que querem impor ao país sua visão retrógrada e antidemocrática em relação aos meios de comunicação e à indústria do entretenimento (enquanto sugam mais e mais dinheiro de seus seguidores), enfim, todos esses e outros mais que contribuem para o malogro dos animes no Brasil nessas últimas duas décadas.
    Também mostraria o que acontece nos eventos e convenções de animes, páginas de redes sociais, nos fóruns, blogs, sites, salas de bate-papo relacionados aos animes e mangás (e ao fandom criado por eles).
    Uma série de mangá que se propusesse a mostrar tudo isso seria tão interessante quanto impactante, tanto para os leitores brasileiros quanto para os leitores japoneses, com repercussões em ambos os países. Quem sabe, poderia até mesmo virar anime para a TV, que seria visto não só nos dois países, como também em todo o mundo. Assunto para essa série não faltaria, com certeza.

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  10. Se você, que gosta de mangás, além dos problemas como os encontrados nos mangás da JBC, ter de encontrar pela frente um energúmeno que, além de xingar os fãs de mangás ainda faz ameaças de agressão física (como um anônimo que postou no blog da Sandra Monte), você processaria o sujeito?
    A Sandra facilitou as coisas para quem quiser fazer isso:
    http://www.blogger.com/comment.g?blogID=8394186&postID=2610803001246564191&isPopup=true

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  11. O minimo que ela poderia fazer é plastificar os seus mangás. Eu desisti de muitos titulos pq sempre vem amassados e sujos. Outra coisa que nao gosto é a falta dos sufixos dps dos nomes. Mas acho que com a saida do MDG as coisas vão melhorar. Pelo menos agora o twitter da JBC fala com a gente.

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  12. Maior editora ? kkkkkkkkkkkkkk faça-me rir. A panini tem os principais titulos (OP, Naruto e Bleach; além de dragon ball agora sendo relançado) e muito mais qualidade. Pode não ser eficiente com seus assinantes que reclamam muito da demora para os mangás chegarem e do estado em que chegam, mas pra quem compra na banca é muito bom!

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  13. Pingback: Marcelo Del Greco de volta pela editora Nova Sampa com Kyou Kara Hitman |

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